"Aí então poderei ser boa e caridosa como a mamãe"
Esta frase é de um dos meus livros favoritos, "E o vento levou...", que representa um trecho no qual a personagem Scarllet, com quem me assemelho muito, pensa nas coisas horríveis que está fazendo, que não são comportamento de uma dama, e lembra de sua mãe, uma autêntica dama do século XVII. Boa, caridosa, elegante e adorada por todos.
Em um dos aspectos que mais me assemelho com ela é em querer parecer a minha mãe sem contudo alcançar o feito em todos esses anos.
Desde criança tenho a oportunidade de conviver com uma mãe amorosa, abnegada, inteligente, dedicada, e com tantos atributos que eu não poderia descrever com justiça. A despeito de todas as discussões causadas pelo meu jeito mimado e impetuoso, ela sempre foi a pessoa que eu mais admiro no mundo.
Com o passar dos anos eu só tenho tido a certeza, cada vez maior que a imagem da santa, heroína, deusa e rainha que eu sempre identifiquei na minha mãe, é a melhor personificação do que ela realmente é.
Aquela figura esguia, de postura ereta, que fala baixo sem qualquer erro de português, que se move com elegância, sem fazer ruído, que ao mesmo tempo consegue tratar a todos de maneira agradável e com doçura, e que é incapaz de achar uma só criatura que não tenha uma qualidade pra se admirar, é o que todos podem chamar de uma verdadeira dama. Não são as roupas que usa, ou a forma como penteia os cabelos, não são as jóias ou os artigos de luxo que ela não usa que definem sua majestade, são aqueles gestos espontâneos efetuados com toda a elegância, são as palavras que usa para elogiar ou para criticar sem ofender quem quer que seja, e o seu bom coração.
Sempre ouvi de todos com quem convivo que não conhecem pessoa mais elegante, educada e fina que a minha mãe. Eu me sinto lisonjeada e concordo com ênfase.
Assim como a Scarlett, ainda não achei o resquício de genética que vai me fazer ser como ela. Sou desajeitada, desastrada, falo alto, e estou longe de ter a bondade da minha mãe. Mas nunca perco a esperança, vai ver que com o passar dos anos as semelhanças se acentuam e eu vou poder desfilar um pouquinho da grande dama que tive como mentora.
Que gracinha Sofia! Você não sabe que é exatamente esse seu jeito que te diferencia da sua genitora que a faz tão especial também. Acho que essa uma das suas grandes qualidades, reconhecer-se como imperfeita e valorizar, às vezes até idealizar, as qualidades de outras pessoas.
ResponderExcluirQuerida, o que mais adimiro em você é sua autenticidade e sua capacidade de refazer o que considera ter feito errado. Sou sua fã, você sabe. Beijo! Tia Lourdinha.
Realmente, sof... sua mãe é uma das pessoas mais admiráveis que já conheci na vida! exemplo de mulher e de ser humano.
ResponderExcluirMas também concordo com sua tia Lourdinha. O fato de vc não ser idêntica a sua mãe não te faz menos especial. Lindeza, adoro!
Bruna
Sof, achei o texto lindo e me sinto exatamente da mesma forma!
ResponderExcluirSempre penso "quando eu tiver 40 anos vou ser igualzinha à minha mãe", será que a gente consegue?